Os advogados de defesa dos policiais militares acusados da morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em São Gabriel, afirmam que os três PMs são inocentes.
O sargento Arleu Junior Jacobsen e os soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima irão a júri popular pelo homicídio qualificado de Gabriel, que aconteceu em agosto de 2022 após uma abordagem da Brigada Militar. A decisão é da juíza Liz Grachten, da Vara Criminal de São Gabriel. Ainda não há data marcada para o julgamento.
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A magistrada também negou aos réus o direito de recorrer em liberdade. Eles estão presos preventivamente desde 23 de agosto de 2022.
As defesas dos militares envolvidos no caso se manifestaram. Confira os pronunciamentos:
Sargento Arleu Junior Jacobsen
O advogado Maurício Adami Custódio, que atua ao lado do advogado Ivandro Bitencourt Feijó, afirma que a defesa considera a análise do juízo “incompleta” e reforçam a inocência do sargento Arleu Jacobsen.
– Pese a decisão do juízo de São Gabriel, pronunciando os policiais, a defesa do sargento Arleu entende que essa análise inicial não faz o decote necessário e ignora muitos elementos de prova que revelam a completa ausência de indicativos da participação ou autoria do sargento Arleu – diz Custódio.
O advogado ressaltou que Jacobsen foi absolvido pela Justiça Militar e que todos os elementos reunidos ao longo do processo reforçam a ausência da participação do sargento no crime.
– O Arleu é inocente, se diz inocente desde o começo do processo. Nada alterou a sua versão ao longo do tempo, sempre foi a mesma, coesa e firme – afirma.
A defesa ainda questiona a necessidade de manutenção da prisão preventiva do sargento.
- Acreditamos que Arleu não precisaria seguir preso, enquanto vemos o Poder Judiciário soltando várias pessoas com vinculação criminosa. Não há mais justificativa para mantê-lo detido – finalizou Custódio, acrescentando que a sentença de pronúncia será discutida nos tribunais superiores.
Soldados Raul Veras Pedroso e Cleber de Lima
Shaianne Linhares, advogada que representa os dois soldados, manifestou-se por nota, ressaltando a inocência dos clientes:
"A defesa não está surpresa com a sentença de pronúncia, considerando a pressão da mídia, dos familiares e a repercussão do caso. Mas segue firme e convicta da inocência dos seus clientes e, agora, irá analisar os próximos passos".
Relembre o caso
Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, morador de Guaíba, Região Metropolitana, estava em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, para prestar serviço militar obrigatório. Ele foi encontrado morto em um açude, na localidade de Lava Pé, em 19 de agosto de 2022, contudo ele desapareceu no dia 12 de agosto.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Gabriel foi abordado por policiais militares após uma denúncia de perturbação da tranquilidade. Durante a abordagem, um dos agentes teria agredido o jovem com golpes de cassetete na região do pescoço. Gabriel foi levado em uma viatura e, após isso, não foi mais visto com vida. Seu corpo foi localizado dias depois.
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